quinta-feira, 8 de março de 2007

(INTERNACIONAL) Bush inicia tour pela América Latina


O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, inicia hoje, pelo Brasil, sua visita de sete dias à América Latina. Além do encontro com Lula em São Paulo o líder estadunidense irá passar por Uruguai, Colômbia, Guatemala e México. A viagem tem como principal objetivo, segundo especialistas, servir como contraponto a crescente influência de Hugo Chávez e de governos esquerdistas e anti-liberais (como o de Evo Morales na Bolívia) na região. Além disso, alguns acordos econômicos devem ser negociados.

Hoje e amanhã Lula e Bush se reunirão para discutir, principalmente, políticas de cooperação na área de biocombustíveis. Os Estados Unidos têm como meta a diminuição de 20% do consumo de gasolina no país nos próximos 10 anos e vêm o etanol como principal alternativa aos combustíveis fosséis no momento. Os planos de cooperação incluem parcerias público-privadas para produção em larga escala do álcool combustível na América Central.

O presidente Lula também deve buscar negociar a diminuição das taxas de importação do etanol brasileiro para os Estados Unidos, mas as chances de sucesso são pequenas, pois o governo estadunidense lançou nas últimas semanas projeto de incentivo a produção local do produto. Além disso, o secretário de Agricultura do governo Bush, Mike Johanns, declarou "Temos de ter um programa de açúcar protegido de maneira justa". Atualmente o álcool estadunidense é 50% mais caro que o brasileiro.

Lula criticou essa posição do governo estadunidense, e pediu o fim dos subsídios "nefastos" dados aos agricultores pelo governo Bush. Esse assunto também deverá vir a tona nas reuniões, pois avanços na Rodada Doha de negociações serão buscados. Lula propôs diminução dos subsídos para tornar justa a competição entre países pobres e ricos na área agricóla, oferencendo em contrapartida vantagens aos páises desenvolvidos nos setores industriais e de serviços. Essa proposta também foi encaminhada pelo presidente brasileiro a Horst Koheler, presidente alemão.

A vinda de Bush ao Brasil conta com forte aparato de segurança, mas mesmo assim várias manifestações organizadas por estudantes, sindicalistas, movimentos sociais e partidos de esquerda tomaram as ruas nessa quarta. Em São Paulo, aproximadamente 6.000 pessoas pararam a Avenida Paulista e queimaram bandeiras americanas e bonecos do presidente estadunidense. Em Goiânia, Pernambuco e Bahia protestos também foram organizados.

Em Porto Alegre 1.500 pessoas se reuniram em frente ao CitiBank. A Deputada Federal Luciana Genro discursou para os manifestantes, que também marcharam pelas ruas da cidade.

Na Argentina está convocada marcha na capital Buenos Ayres, ato que conta inclusive com o apoio do presidente Nestor Kirchner.
(Crédito das fotos: Folha de São Paulo)

sexta-feira, 2 de março de 2007

(CIÊNCIA)Testes na Universidade de Stanford apresentam bons resultados no tratamento da Síndrome de Down


Cientistas norte-americanos revelaram, em artigo publicado na revista "Nature Neurosciense", resultados animadores no combate a Síndrome de Down, a deficiência genética mais comum do mundo (estima-se que uma em cada seiscentas pessoas que nascem são portadoras do mal). Os pesquisadores conduziram testes com a droga pentylenetetrazole (PTZ), criada nos anos 50 para estimular atividade cerebral em idosos, em ratos com a mesma deficiência dos portadores da Síndrome.


Nos testes a droga era usada para neutralizar a produção da substância GABA, encontrada em auto teor no cérebro das pessoas que sofrem de Síndrome de Down, e que causa dificuldade de aprendizado por desacelerar a atividade nervosa, um dos principais sintomas do mal. Aplicada a ratos durante 17 dias o remédio melhorou a capacidade dos animais de reconhecer objetos e igualou sua resposta a novos ambientes à reação de ratos normais nas mesmas condições.


Os cientistas, muito animados com os resultados, agora planejam testes com humanos. O objetivo é averiguar se os resultados corresponderão aos de testes com animais e pesquisar possíveis efeitos colaterais, como o já conhecido problema da droga de causar ataques epiléticos se usada em grande quantidade.

(ESPORTES) Santos e Boca Juniors vencem


Dois dos principais candidatos ao sonhado título da Copa Toyota Libertadores ganharam ontem pela diferença mínima. O Peixe recebeu em casa o uruguaio Defensor Sporting, que venceu a primeira partida contra o argentino Gimnasia y Esgrima por 3 a 0, e agora é líder absoluto do grupo com 6 pontos. O Boca assumiu a primeira colocação do grupo juntamente com o Bolívar, que surpreendeu o mexicano Toluca na última rodada.

O primeiro tempo do jogo foi com o estilo de jogo uruguaio, muita disposição e aplicação tática. O time da casa com seu estilo de jogo cadenciado e técnico, principalmente com as investidas de Kléber, Zé Roberto e Cléber Santana, para muitos o melhor meio campo do país. Na etapa inicial Rodrigo Tiuí recebeu passe açucarado do ex-meia da seleção brasileira, mas falhou bisonhamente. A marcação da equipe uruguaia superou a técnica santista no 1º tempo.
Já no 2º, os alvinegros partiram pra cima do Defensor, com uma noite inspirada de Marcos Aurélio na frente, o que compensava a atuação apagada de seu companheiro de ataque Tiuí. Logo aos 3 minutos, Zé Roberto recebeu passe de Maldonado, driblou o marcador e chutou rasteiro com força no canto esquerdo do goleiro. Um golaço de craque! O Santos continuou pressionando mais uns 2o minutos, porque depois o domínio foi uruguaio. O Peixe se retraiu buscando explorar os contra-ataques, mas errava muitos passes. Wanderley Luxemburgo colocou Ávalos e Pedrinho no lugar de Cléber Santana e Tiuí, respectivamente. O time conseguiu se defender melhor e superou a pressão da equipe cisplatina.

Já no jogo do penta campeão Boca Juniors, foi um verdadeiro massacre contra o peruano Cienciano, do técnico Julio César Uribe, ex-meia da seleção peruana e, pelo que meu pai diz, um grande jogador. Com lapsos de criatividade de Riquelme, o Boca conseguia superar a forte marcação peruana. No final do primeiro tempo, o goleiro do time peruano protagonizou uma grande defesa, à la Gordon Banks na copa de 66. Na segunda etapa continuou a pressão argentina, já que o Cienciano não chutava uma bola sequer a gol quando puxava contra-ataques.
O arqueiro Caranta, da equipe argentina, pouco trabalhou. A pressão continuou até os 35 minutos, quando o lateral e capitão Ibarra, recebeu um passe de escanteio e chutou de fora da área no ângulo do goleiro do Cienciano. Uma bomba!

E, por fim, no estádio Azteca na Cidade do México, o Libertad surpreendeu o América mexicano ao golear por 4 a 1. O selecionado paraguaio se portou muito bem em campo e explorou as falhas da fraca defesa mexicana, e, no final da primeira etapa já estava ganhando por 3 a 1. No segundo tempo, o América tentou pressionar sem muita organização, onde era alvo das investidas do bom ataque da equipe do Libertad. Os gols foram de Aquino, Benitez(2 vezes), para a equipe paraguaia, e, de Nelson Cuevas descontando para o América.


Destaque: Juan Flores, goleiro do Cienciano

Cabeça de bagre: a equipe do América-Mex

quinta-feira, 1 de março de 2007

(ESPORTES) Em sua reestréia no Beira-Rio pela Libertadores, Inter esmaga o fraco Emelec


O colorado foi explêndido nessa volta à sua cancha de jogo. Jogou com a maestria do ídolo Perdigão, que deixou de ser líder de torcida para voltar a fazer o que mais sabe: jogar futebol; e com Alexandre Pato que reinou em sua primeira partida no Gigante da Beira Rio diante de 34 mil fanáticos que empurravam o time com os cantos já praticados ano passado. Enfim, uma maré vermelha contra o frágil Emelec.


Logo no primeiro minuto de jogo o peruano Hidalgo falhou e entregou a bola para o meia adversário Morales quase marcar. Após esse início de jogo complicado, o Inter dominou o jogo, com lançamentos precisos de Perdigão por trás da linha burra do Emelec, que chegava quase ao meio de campo. Foi assim que nasceu o primeiro gol, quando o ex-líder de torcida pegou o rebote da péssima zaga do Emelec e colocou de trivela para o fundo das redes. A zaga do Emelec continuou dando presentes para os colorados, principalmente o defensor de fazenda Corozo, um típico perna-de-pau. E o primeiro tempo terminou com o Inter pressionando, mas sem muita criatividade, com Fernandão e Alex errando muitos passes na armação das jogadas.


No intervalo, o treinador do Internacional Abel Braga comentou para um jornalista do Sportv que o adversário estava "praticando suicídio e o Inter não matou". Fiquei me perguntando como seria alguém praticar suicídio, mas vamos ao que interessa.

O técnico do Emelec, Carlos Torres, tirou um zagueiro para colocar o atacante uruguaio Rodrigues, mas a substituição não surtiu efeito, pois a equipe raramente conseguiu furar o bloqueio defensivo colorado, por falta de qualidade técnica e erros de passes.


Aproveitando o nervosismo equatoriano, o Inter partiu para cima com o zagueiro Índio aos 10 min da segunda etapa. O defensor tabelou com Fernandão no meio de campo para avançar até encontrar o garoto prodígio Pato, que driblou o goleiro, perdeu o ângulo, se recuperou e cruzou para o próprio Índio marcar de cabeça.


Aos 20 minutos foi a vez do futuro selecionável Alexandre Pato marcar, quando este driblou o lateral direito adversário, avançou em diagonal e chutou com categoria no canto esquerdo do goleiro Elizaga para fazer o seu primeiro gol no Beira Rio e correr para a torcida.

Após esse gol, o colorado continuou pressionando com Iarley, que não estava numa noite muito inspirada, mesmo com a contribuição do fraquíssimo time do Emelec. E assim acabou o jogo, 3 a 0 para o colorado.


O Inter com esse resultado está em terceiro do grupo, atrás do tradicional Nacional e do sempre perigoso Vélez Sarsfield, que empataram em 1 a 1 nessa Quarta-Feira.



Craque: Alexandre Pato

Cabeça de bagre: Corozo




quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

(ESPORTES) Na volta da Libertadores ao Olímpico torcida dá show, mas Grêmio decepciona


Ontem a noite, em Porto Alegre, o Grêmio não conseguiu mais do que um frustrante empate em 0 a 0 contra o Deportivo Cucuta. Mesmo jogando em casa e apoiado por quase 40.000 torcedores o time mostrou pouca velocidade e faltaram opções no ataque para abrir a disciplinada defesa colombiana. O resultado mantém o tricolor gaúcho na liderança do grupo 3 da Libertadores, pelo menos até semana que vem, quando o Tolima enfrenta o Cerro Porteño, na Colômbia.


Antes do jogo um fato inusitado: faltou luz no Estádio Olímpico. A falta de luz atrasou o jogo em mais de uma hora e proporcionou um lindo espetáculo nas arquibancadas. A torcida, empolgada, cantou durante todo o "apagão" e manteve celulares, isqueiros e fogos ligados o tempo inteiro, em bonita cena.


Com a volta da luz, finalmente a bola rolou, e o Grêmio decepcionou. Bem postado na defesa, o time colombiano neutralizou o tricolor gaúcho e ainda teve oportunidade para mostrar seu qualificado toque de bola quando atacava. Ainda por cima, foi do Cucuta a melhor chance do primeiro tempo, em chute que raspou a trave e acertou a rede pelo lado de fora da goleira de Saja.


Na segunda etapa o Grêmio partiu mais incisivamente em busca da vitória, mas esbarrou novamente na defesa colombiana e em seus próprios erros. Com raras jogadas combinadas pela lateral, o time gaúcho cruzava bolas da intermediária e forçava o jogo pelo lotada meio da área do Cucuta. Lúcio, um dos poucos que se salvaram na noite de ontem, em jogadas individuais, consegui alguns cruzamentos. Foi em um deles que surgiu a única oportunidade clara de gol do Grêmio na partida, mas a cabeçada de Lucas passou caprichosamente ao lado do gol defendido por Zapata. Nos restantes 15 minutos a partir daí, os colombianos controlaram o ritmo da partida e esperam o apito final, não sem direito a uma cera escancarada do goleiro do Cucuta, que se atirou ao chão pedindo atendimento nos instantes finais de jogo.


O próximo compromisso do Grêmio é contra o Tolima, na Colômbia. Esperamos que o resultado e a atuação sejam bem melhores.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

(GERAL) Multinacional Aracruz Celulose busca convênio com universidades

Seguindo o modelo de parceria firmado com instituições de ensino superior no Espírito Santo, a Aracruz Celulose busca agora firmar convênios com universidades gaúchas. A multinacional pretende firmar acordos com a UFRGS, UFSM e UFPEL para realização de pesquisas, principalmente desenvolvimento de mudas de eucalipto.

Segundo o protocolo de intenções entre a Aracruz e a faculdade de Agronomia que atualmente tramita no Conselho Universitário (CONSUN) da UFRGS, a empresa forneceria financiamento para pesquisas de seu interesse e a universidade entraria com os recursos físicos e humanos. O grau de sigilo da pesquisa, absurdamente, ficaria para ser combinado entre a empresa e a instituição, podendo em alguns casos chegar a segredo absoluto sobre os resultados obtidos. As propostas feitas as outras federais gaúchas são muito parecidas.

Na última reunião do CONSUN da UFRGS, em Janeiro desse ano, o Diretório Central dos Estudantes pediu vista ao processo, e após análise emitiu parecer contrário à parceria. Os principais motivos são a possibilidade de sigilo sobre pesquisas realizadas em instituições públicas (usando recursos humanos e físicos dessas) e a interferência na autonomia de decisão da universidade sobre o rumo de seus estudos.

Segundo o professor da UFSM, Renato Záchia, a Aracruz busca esse tipo de parceria porque apenas nas universidades é possível contar com profissionais qualificados a baixos custos. Segundo ele "Essas empresas procuram as universidades para comprometer as faculdades públicas, que são praticamente o único setor do país em que podes fazer pesquisa livremente."

Veja o parecer do DCE da UFRGS na íntegra: http://www.esquerdasocialista.org/site2006/site/?inc=noticia_mostra&cod_noticia=240

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

(INTERNACIONAL) Exército israelense faz incursão em Nablus, na Cisjordânia

Na maior operação na região em meses o exército de Israel entrou na cidade nesse domingo com aproximadamente 100 veículos, entre carros blindados e escavadeiras, e impôs toque de recolher a população. As estradas até Nablus foram fechadas e vários prédios, entre eles os dois maiores hospitais da cidade, cercados. Escolas e uma universidade fecharam as portas após o inicio da operação, que tem tempo de duração indeterminado.

As rádios da cidade foram tomadas e a programação da televisão interrompida. Usando esses veículos de comunicação as tropas israelenses revelaram o nome dos militantes procurados (membros da Jihad Islâmica e da Brigada dos Mártires de Al Aqsa, ligada ao Fatah) e alertaram a população sobre as consequências de abrigar os fugitivos.

Desde o inicio da operação 16 palestinos ficaram feridos, 30 casas foram derrubadas e dezenas de pessoas foram presas, entre elas 3 combatentes procurados, segundo fontes militares. Nesse segunda-feira (26) um palestino foi morto a tiros em Nablus. O homem, de 50 anos, foi atingido no pescoço por disparos em local próximo ao velho centro da cidade, que está cercado pelo exército de Israel. Seu filho sofreu ferimentos nas pernas.

Fontes militares afirmam que foram encontrados dois esconderijos de armas na cidade. As tropas teriam encontrados explosivos e misseis nos locais.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Abbas classificou a ação de "escandalosa agressão" e disse que o ataque "Poderia minar a frágil trégua entre Israel e a ANP".

O Hamas, partido radical islâmico que controla o governo palestino, manteve sua resolução de não reconhecer o direito do Estado de Israel existir. Desse modo está mantido o embargo econômico aos palestinos, que já causou, até o momento uma queda de 21% do PIB da região.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

(INTERNACIONAL) Após pedido de renúncia Prodi volta áo senado para pedir voto de confiança


Na última quart-feira foi posta em votação no Senado italiano proposta que definia aspectos da política externa do país. Apresenta pelo Ministro das Relações Exteriores, Massimo D`Allema, a decisão era considerada crucial pelo governo de centro-esquerda de Romano Prodi, que considerava a aprovação do projeto como uma prova "crucial" da unidade da base aliada.


A proposta apresentava dois pontos principais: a manutenção dos 2.000 soldados italianos que se encontram no Afeganistão em missão da OTAN, e um projeto de ampliação da base norte-americana localizada no norte da Itália, na cidade de Vicenza.


Os dois pontos encontram resistência na diversificada coalizão de nove partidos que compõe o governo de Prodi. O projeto de ampliação da base norte-americana levou, inclusive, 150 mil pessoas às ruas em protesto semana passada.


Desse modo, com o voto contrário de dois senadores comunistas, o governo, que possui uma apertada maioria de apenas um voto no Senado, foi derrotado, e a proposta, que precisava de 160 votos para ser aprovada, recebeu apenas 158 votos a favor (foram 136 contra e 34 abstenções). Com o revés, Prodi considerou que a fragilidade do seu governo tornou-se excessiva, e apresentou sua renúncia ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano.


Diante da situação os partidos da coalizão do governo se reuniram em caráter de emergência e apresentaram proposta ao presidente pedindo a volta de Prodi. Napolitano não aceitou a renúncia do primeiro ministro e mandou Prodi ao Senado em busca de um voto de confiança.


O primeiro-ministro deve se apresentar ao Senado nessa semana, mas mesmo com a provável confirmação de Prodi no cargo, a instabilidade do governo deve prosseguir devido a interreses conflitantes entre os nove partidos da coalizão de centro-esquerda e a pequena maioria no Senado.

(POLÍTICA) Proposta de Sérgio Cabral será analisada por subcomissão do senado

Renan Calheiros irá instaurar nessa segunda- feira (26) a subcomissão de segurança, que irá analisar a proposta feita na semana passada pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de descentralizar a legislação penal brasileira, de modo que cada estado possa gerir suas próprias leis de combate ao crime. A ideia é permitir a cada unidade da Federação autonomia para decidir sobre a aplicação de penas e outros fatores segundo suas necessidades especificas, como acontece nos Estados Unidos.

Segundo Cabral, a mudança é necessária, pois estados mais violentos, como o Rio de Janeiro e São Paulo, precisariam de medidas diferenciadas na área de segurança. Além disso, as Assembleias Legislativas poderiam agir de forma mais dinâmica na alteração da legislação penal.

O presidente do senado, Renan Calheiros, afirmou "Vamos estudar se o que ele sugeriu é possível de se levar adiante. Eu não sei se isso é possível, mas vamos discutir".

Um dos pontos mais atacados da proposta é o desequilíbrio que ela poderia gerar, levando à um deslocamento do crime e da violência de um estado ao outro devido as diferenças regionais que se criariam.
Segundo Enio Bacci, secretário estadual de segurança, a mudança poderia acarretar "exportação" de criminosos.

Além disso, é temível a tomada de decisões precipitadas no momento em que o país atravessa uma comoção nacional pela morte do menino João Hélio, fato que já iniciou no Senado a discussão da diminuição da maioridade penal de 18 para 16 anos.

Para advogados, que atacaram a proposta em seus comentários, essa não seria a solução, pois a medida não enfrenta as causas da violência nem apresenta ideias para mudar a nossa realidade social, apenas tornaria mais fácil o endurecimento de penas. Como defende o advogado criminalista Nereu Lima " O governador quer aplicar medidas mais duras, como o aumento de punições e a redução da maioridade penal, que são puramente oportunista e demagógicas. "

(CULTURA) Oscar 2007

Acontece hoje em Los Angeles, no Teatro Kodak, a maior festa do cinema de Hollywood. A cerimônia, que premia os melhores do ano na sétima arte segundo a Academia de Cinema, chega a sua 79a. edição tendo como maior destaque a diversidade dos indicados.

Nunca tantos estrangeiros ou representantes de "minorias" norte-americanas concorreram a cobiçada estatueta. É recorde o número de indicados negros e hispânicos e, além disso, a cerimônia terá uma apresentadora assumidamente homossexual (a comediante Ellen DeGeneres).

Síntese dessa diversidade, a principal categoria da noite, Melhor Filme, é disputado por um filme escrito e dirigido por espanhóis (Babel), uma refilmagem de um filme de Hong Kong (Os Infiltrados), um longa japonês (As cartas de Iwo Jima), uma produção britânica (A Rainha) e "Pequena Miss Sunshine", produção norte americana. A disputa deve guardar uma das poucas surpresas da noite na decisão entre "Os Infiltrados", de Martin Scorcese, e o pesado "Babel", de Alejandro Iñárritu.

Na categoria de diretor toda a expectativa se concetra sobre Martin Scorcese. Indicado pela sexta, vez o consagrado diretor, que busca sua primeira estatueta, é novamente o favorito da noite, mesmo tendo como concorrentes Iñárritu e o vencedor do ano passado Clint Eastwood. Será que dessa vez vai?
Os prêmios de atuação, por sua vez, que são disputados por cinco negros, quatro britânicos, uma japonesa, uma australiana, uma mexicana, uma espanhola e até uma beninense tem favoritos bastante fortes e não devem trazer surpresas. Nas categoris de Melhor Ator e Atriz Forest Whitaker, por sua atuação em "O último rei da escócia" como o ditador Idi Amin, e Helen Mirren, por sua interpretação da rainha Elizabeth II, em "A rainha" devem ficar com o prêmio. Já como atores codjuvantes as apostas ficam com Eddie Murphy e Jennifer Hudson por seus papéis em "Dreamgirls". Grande surpresa, afinal são três negros favoritos aos prêmios de atuação!

Essa diversidade toda, no entanto, como tudo em Hollywood, tem uma única explicação, e ela é puramente econômica. O antes desprezado faturamento dos filmes fora dos Estados Unidos agora é indispensável para a indústria cinematográfica norte americana. Em média 40% das bilheterias dos filmes vêm do mercado interno dos EUA e 60% do mercado externo, e, no caso de dois fortes candidatos do Oscar de 2007, a diferença é ainda maior: "Babel" arrecadou 71,6% do seu faturamento fora da terra do Tio Sam, e "As cartas de Iwo Jima" 78,2%. Como bem disse Peter Morgan, que concorre ao Oscar de Melhor Roteiro com "O último Rei da Escócia", "De repente, você percebe que, por trás de toda aquela loucura, há algo na verdade básico. É tudo negócio"