domingo, 25 de fevereiro de 2007

(CULTURA) Oscar 2007

Acontece hoje em Los Angeles, no Teatro Kodak, a maior festa do cinema de Hollywood. A cerimônia, que premia os melhores do ano na sétima arte segundo a Academia de Cinema, chega a sua 79a. edição tendo como maior destaque a diversidade dos indicados.

Nunca tantos estrangeiros ou representantes de "minorias" norte-americanas concorreram a cobiçada estatueta. É recorde o número de indicados negros e hispânicos e, além disso, a cerimônia terá uma apresentadora assumidamente homossexual (a comediante Ellen DeGeneres).

Síntese dessa diversidade, a principal categoria da noite, Melhor Filme, é disputado por um filme escrito e dirigido por espanhóis (Babel), uma refilmagem de um filme de Hong Kong (Os Infiltrados), um longa japonês (As cartas de Iwo Jima), uma produção britânica (A Rainha) e "Pequena Miss Sunshine", produção norte americana. A disputa deve guardar uma das poucas surpresas da noite na decisão entre "Os Infiltrados", de Martin Scorcese, e o pesado "Babel", de Alejandro Iñárritu.

Na categoria de diretor toda a expectativa se concetra sobre Martin Scorcese. Indicado pela sexta, vez o consagrado diretor, que busca sua primeira estatueta, é novamente o favorito da noite, mesmo tendo como concorrentes Iñárritu e o vencedor do ano passado Clint Eastwood. Será que dessa vez vai?
Os prêmios de atuação, por sua vez, que são disputados por cinco negros, quatro britânicos, uma japonesa, uma australiana, uma mexicana, uma espanhola e até uma beninense tem favoritos bastante fortes e não devem trazer surpresas. Nas categoris de Melhor Ator e Atriz Forest Whitaker, por sua atuação em "O último rei da escócia" como o ditador Idi Amin, e Helen Mirren, por sua interpretação da rainha Elizabeth II, em "A rainha" devem ficar com o prêmio. Já como atores codjuvantes as apostas ficam com Eddie Murphy e Jennifer Hudson por seus papéis em "Dreamgirls". Grande surpresa, afinal são três negros favoritos aos prêmios de atuação!

Essa diversidade toda, no entanto, como tudo em Hollywood, tem uma única explicação, e ela é puramente econômica. O antes desprezado faturamento dos filmes fora dos Estados Unidos agora é indispensável para a indústria cinematográfica norte americana. Em média 40% das bilheterias dos filmes vêm do mercado interno dos EUA e 60% do mercado externo, e, no caso de dois fortes candidatos do Oscar de 2007, a diferença é ainda maior: "Babel" arrecadou 71,6% do seu faturamento fora da terra do Tio Sam, e "As cartas de Iwo Jima" 78,2%. Como bem disse Peter Morgan, que concorre ao Oscar de Melhor Roteiro com "O último Rei da Escócia", "De repente, você percebe que, por trás de toda aquela loucura, há algo na verdade básico. É tudo negócio"

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